Archive for maio \28\+00:00 2012

Irmãos, terapias, familia…e o AUTISMO !

Faz tempo que nao consigo escrever…

As coisas estao muito corridas, no trabalho e em casa.

Sim, eu respiro o autismo .. Ontem assiti mais um filme sobre o assunto que me deixou muito pensativa.

Sei que vou te amar, retrata a vida de uma família com um dos filhos autista. A mãe esta gravida e o irmao mais novo de Charlie, com autismo e TDAH, precisará cuidar dele. O autismo dele é classico e ele é nao verbal. Antes desse inicio de contato, o irmao nao tinha vontade de fazer nada com Charlie e muito menos de participar ativamente do seu dia a dia. Com pré-eclampsia a mae é internada e ele nao tem outra saída. A convivência nao é facil. Mas ele aprende a se virar. Muitas vezes no filme, ele comenta com o pai que deseja acordar ao lado de um irmao normal. E durante uma conversa com Charlie ele conta o quanto odiou ser irmão de uma pessoa especial e com tantas dificuldades. O irmão entende tudo o que ele fala…

É um resumo, mas que tem as informações necessárias para que vocês entendam o nosso dia a dia.

Matheus, AINDA, é filho único. Mas meu sonho desde que tivemos o diagnóstico eh de ter um irmão (ã) pra ele. Ele sempre se demonstra muito cuidadoso com os amigos e primos, por isso, tenho total certeza que fará muito bem pra ele.

Por outro lado, chorei muito ao imaginar o que uma criança neurotípica passa por “suportar” um irmão especial. Sim, os pais tem o papel de ajudar, estimular, passar por situações constrangedoras, lutar, chorar, sorrir. Mas eu nao acho que o papel de um irmao seja tao duro!

SE, a criança tiver essa vontade, ok. Mas ser uma obrigação, eu nao acho justo. Deixemos CLARO, EU nao acho justo!

Daí, várias coisas vieram na mionha cabeça, como as dificuldades que temos e enfrentamos com o autismo após ele entrar em nossa vida. Fui pesquisar um pouco e divido com vocês os textos que achei e traduzi.

Por favor, DIVULGUEM.

Esse é o objetivo do meu blog. Único e exclusivo. Confortar as pessoas que passam pelas mesmas coisas que eu. Dividir informações que eu consigo e recebo para as pessoas que ainda nao as tem. E fazer com que a nossa vida seja menos dolorida ao perceber que o nosso problema, às vezes nem é tao grande assim.

Falando sobre os impactos do autismo na familia:

O impacto do diagnostico do autismo na família é muito profundo. É um evento de mudança de vida que tem profundas implicações para o futuro tanto da criança que foi diagnosticado e sua família, que traz mudanças em quase todos os aspectos do cotidiano familiar. Criar uma criança autista é, de fato, uma tarefa muito difícil para toda a família.

Estresse no casamento

Os níveis de estresse associados à questão do autismo na família podem trazer problemas conjugais, embora um novo estudo realizado pelo Centro de Distúrbios do autismo e relacionado no Instituto Kennedy Krieger, em Baltimore oferece informações sobre a crença equivocada de que 85% dos casamentos terminam em divórcio quando os casamentos envolvem os pais de crianças autistas. Em vez disso, o estudo indica que não há uma grande diferença nas taxas de divórcio entre as famílias que têm filhos autistas contra as famílias cujos filhos não têm um transtorno autista.

No entanto, posso garantir com propriedade, que se o casal não seguir com a mesma linha de raciocínio e vontade de mudar as coisas para facilitar a vida da criança, a unica coisa que vai acontecer é a separação.

Aprendi após me separar que o matheus vive sem mim. Ou seja, posso sair, conversar, dormir fora um dia que ele nao vai ser mais ou menos autista por isso.

Enquanto casada, pensávamos, que a responsabilidade de cuidar do matheus 24 horas do dia era só nossa e com isso, o nosso casamento se perdeu. Muitos problemas e nenhum momento de descanso, com certeza são inputs para um relacionamento frio!

Impacto emocional

Os pais na maioria das vezes se sentem isolados. Tendo pouco em comum com os pais de crianças normais – um sentimento que muitas vezes se torna mais real à medida que as crianças crescem e as diferenças no desenvolvimento, em comparação com outras crianças da vizinhança se tornam mais evidentes.

Atenuar o impacto sobre famílias com crianças autistas

Assegurar o bem-estar da família é o principal papel dos pais. Essa segurança é o que eles precisam para a ascensão e superação dos desafios e o resultado disso pode impactar diretamente os efeitos para alcançar seu pleno potencial. Conflitos familiares é um retrocesso que pode perturbar o progresso no desenvolvimento de qualquer criança, especialmente uma que enfrenta os desafios de uma deficiência de desenvolvimento.

Família Ampliada

Muitas vezes, membros da família ficariam felizes em ajudar se eles soubessem o que fazer. Muitos se sentem desconfortáveis e inseguros sobre a melhor forma para lidar com seu sobrinho, neto ou com o autismo, em si.

Na minha visão, a boa vontade é o suficiente.

Essa ajuda é muito importante para que os pais estressados ou irmãos possam expressar seus sentimentos sem julgamento. Apoiar e nao julgar, estes sentimentos, são o primeiro passo para a fase mais produtiva de aceitação.

Grupos de apoio sobre o autismo

Encontrar um grupo de apoio ao autismo pode ser uma ótima maneira de começar a abordar o impacto sobre as famílias com crianças autistas.

Estes grupos incluem famílias que já passaram pelo diagnóstico, as consequências emocionais, e as dificuldades do dia-a-dia em aceitar e se adaptar às circunstâncias do autismo. Basta ter alguém para falar com quem tem uma compreensão real dos problemas que vêem de viver com o autismo podem fornecer uma válvula de alívio muito necessário aos pais e irmãos.

Os grupos de apoio também oferecem uma variedade de recursos valiosos, incluindo estratégias da rotina diária, nova pesquisa, apoio emocional, amizade, conselhos, informações de todos os tipos: terapias, dietas, etc..

São muitas coisas que podem dificultar o dia a dia, mas minha experiência com o autismo, pós 2 anos de diagnostico, é que dividir o que você sente, encontrar pais que estao na mesma situação, criar métricas para lidar com os preconceitos foi o que mudou minha visão.

Temos que passar pelas fases pós-diagnóstico, mas o segredo esta em arregaçar as mangas e ir à luta.

O tipo de terapia a ser feito, a dieta, a abordagem, depende apenas do que você acredita.

Podem existir julgamentos da sua decisão, mas isso eh o que você nao deve ouvir. Acreditar no tratamento escolhido, tambem alivia o peso das costas e com certeza, trará melhoras.

Outro ponto importante é que as suas escolhas NÃO são eternas. Temos o livre arbítrio em mudar o rumo se percebermos que nesse momento, a abordagem está paralisada. Ou não tem evolução.

NÃO se preocupe. Você sera julgada. Mas daí, pense como eu: AO INFINITO E ALÉM!

Bjs pessoal, por hoje é soh!

Feliz Dia das Maes !!

Para as Mães que cuidam dos filhos, maridos, namorados, pais, das próprias mães, dos amigos, dos bichinhos de estimação, mesmo para as que cuidam somente de si mesmas como se fossem suas próprias mães, meu desejo é que sejam abençoadas e que continuem sempre cuidando, olhando, amando, guiando, orando,……

“Feliz Dia das Mães!”

O Espelho de uma mãe para outras mães :

O Espelho da Vida

O caminho para a felicidade não é reto.

Existem curvas chamadas EQUÍVOCOS,

Existem semáforos chamados AMIGOS,

Luzes de cautela chamadas FAMÍLIA,

E tudo se consegue se tens:

Um estepe chamado DECISÃO,

Um motor poderoso chamado AMOR,

Um bom seguro chamado ,

Combustível abundante chamadoPACIÊNCIA,

Mas, acima de tudo,

Uma motorista habilidosa chamada MÃE!

Perguntaram a ela quais são

Os fatores que destroem os seres humanos.

Ela respondeu:

A Política, sem princípios;

O Prazer, sem compromisso;

A Riqueza, sem trabalho;

A Sabedoria, sem caráter;

A Ciência, sem humanidade;

A Oração, sem caridade.

E a mãe continuou dizendo:

A vida me ensinou:

Que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável,

Que as pessoas são tristes, se estou triste,

Que todos me querem, se eu os quero,

Que todos são ruins, se eu os odeio,

Que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio,

Que há faces amargas, se eu sou amarga,

Que o mundo está feliz, se eu estou feliz,

Que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva,

Que as pessoas são gratas, se eu sou grata.

A vida é como um espelho:

Se você sorri para o espelho, ele sorri de volta.

A atitude que eu tomar perante a vida é

A mesma que a vida vai tomar perante mim.

Tenha a sabedoria de uma Mãe carinhosa sempre dentro de você.

“Quem quer ser amado, ame sempre!”

Feliz dia das Mães

7 coisas que não sabemos sobre pais especiais

Oi pessoal,

Tenho algumas dificuldades de colocar no papel (ou computador) o meu dia a dia, as preocupações, as dificuldades que tenho com o meu filho. Muitas vezes, me calo e passo por tudo aquilo sozinha. Eh uma forma de não levar mais problemas para os outros e também de me proteger dos julgamentos.

Quando eu estava começando a escrever o texto pro blog, eu pensei em algo do Tipo: Eu jamais serei a mesma pessoa depois da chegada do Matheus. Mas achei que fosse ficar muito baba ovo. MAS eh isso que realmente sinto.

Hoje, Andrea Werber publicou no seu blog ( www. Lagartavirapupa.com.br) um texto traduzido de uma mãe americana que também tem um menino especial.

Eu de fato, escreveria TUDO o que ela escreveu que sente.

Convido vcs a ler o texto. E saibam que eu me sinto assim também. Se alguma vez fui julgada ou falaram “ela é louca” é por conta desses itens que ela falou 🙂

Acho que esse DIA DAS MÃES nos deixa mais emotivas, mas estou certa de que todos os dias esse sentimento esta comigo, então o que posso fazer eh o que já faço todo final de semana, aproveitar a companhia da minha mae e do meu filho. Isso ninguém conseguira apagar da minha memória NUNCA. Rir juntos, abraçar, beijar, dizer que AMA uma pessoa, tem um valor imensurável em relação à presentes e datas importantes.

Convido a vocês para esse desafio. Façam isso sempre, não somente neste domingo!

Segue o texto pra vocês.

Estima-se que 6 milhões de crianças nos Estados recebem educação especial, de acordo com o Departamento Americano de Educação. Uma em cada 10 crianças abaixo dos 14 anos tem algum tipo de necessidade especial, o que inclui qualquer deficiência física, cognitiva ou médica, ou doenças crônicas ou que ameaçem a vida.

Meu filho de 3 anos, Jacob, é uma delas.

Ele tem Síndrome do Cromossomo 18. O Cromossomo 18 tem várias síndromes conhecidas, incluindo a do Anel 18 e a bem conhecida Trissomia 18 (que afeta a filha do Rick Santorum, Bella). Meu filho tem a mais rara delas, a 18q. Apenas 1 em cada 40 mil americanos tem a síndrome do 18q, o que significa que menos de 7800 americanos são afetados por essa disordem.

Por causa dessa síndrome, Jacob tem tido sérios problemas médicos e de desenvolvimento. Ele teve que fazer cirurgia cardíaca, cirurgia renal, broncoscopias e endoscopias, dormia com um tubo de oxigênio, já fez inúmeros exames médicos e viu vários especialistas.  Temos entrado e saído de hospitais e consultórios médicos desde que ele tinha 3 meses de idade. Ele também tem atrasos severos do desenvolvimento e faz fono, terapia ocupacional, fisioterapia e terapia comportamental.

Criar uma criança com qualquer síndrome, condição ou necessidade especial é, ao mesmo tempo, uma bênção e um desafio. Um desafio por motivos óbvios, e uma bênção porque você não sabe realmente o que são vitória e alegria até você ver seu filho superar algumas dessas dificuldades (algumas vezes, sorrindo felizão).

Provavelmente, você conhece algum “pai ou mãe especial”, ou você pode ser um. Como uma mãe especial, eu normalmente não compartilho meus sentimentos sobre essa faceta da minha vida nem mesmo com meus amigos mais próximos, então, eu decidi compilar uma lista aqui com o objetivo de construir compreensão. Não pretendo falar por cada pai ou mãe especial que haja por aí, mas pelos que eu conheço, algumas coisas aqui são bem universais. Se eu me esqueci de alguma coisa, por favor, deixe um comentário abaixo.

1.      Eu estou cansada. Ser mãe e pai já é uma empreitada exaustiva. Mas ser pai ou mãe de uma criança com necessidades especiais leva as coisas a outro nível de fadiga. Por mais que eu tenha uma boa noite de sono ou tire um tempo de descanso, há um nível de cansaço emocional e físico que está sempre ali, que vem simplesmente com o peso de cuidar dessas necessidades especiais. Visitas a hospitais e médicos não ocorrem poucas vezes no ano, podem ser até várias vezes em um mês. Terapias podem ser diárias. Burocracias e contas fazem pilha, tempo livre é usado pesquisando por novos tratamentos, posicionando meu filho para sentar de uma certa forma, defendendo-o nos sistemas médicos e educacionais. E isso tudo sem mencionar a carga emocional de criar uma criança com necessidades especiais, já que os picos e vales nos parecem muito mais extremos. Sou sempre grata por qualquer ajuda dos amigos no sentido de facilitar minha vida, não importa quão pequena, desde organizar meus planos e agenda até olhar meu filho enquanto eu como.

2. Tenho inveja. Essa é difícil de dizer e assumir, mas é verdade. Quando eu vejo uma criança de 1 aninho fazer coisas que meu filho não pode fazer aos 4 (como andar), eu sinto uma pontada de inveja. Dói quando vejo meu filho lutar tanto para aprender a fazer algo que vem naturalmente para uma criança típica, como mastigar ou apontar. Pode ser difícil ouvir sobre as proezas dos filhos das amigas. Algumas vezes, eu só sofro por dentro pelo Jabob. “Não é justo”. E mais estranho ainda, eu posso até sentir inveja de outras crianças com necessidades especiais que parecem ter menos desafios que o Jacob, ou que tenham certos transtornos como Down, ou autismo, que são mais conhecidos e compreendidos pelo público em geral, e parecem ter mais suporte e recursos que a rara condição do Jacob. Parece pequeno e não diminui toda a minha alegria e orgulho com as realizações do meu filho. Mas, normalmente, é muito difícil, pra mim, estar perto de crianças típicas com ele. O que me leva a explicar o próximo ponto…

3. Me sinto sozinha. É solitário ser mãe de uma criança com necessidades especiais. Posso me sentir como uma estranha no meio de mães de crianças típicas. Ao mesmo tempo em que quero ficar feliz por elas, me sinto péssima ao ouvir elas se gabarem das 100 palavras que o filho de 2 anos fala, ou que ele já sabe o ABC (ou até faz cocô no penico). Bom pra elas, mas isso é tão diferente de como meu mundo se parece. Tem sido importantíssimo pra minha sanidade mental estar em contato com outras “mães especiais”, com quem não é desconfortável ou chocante trocar histórias sobre medicações, tubos alimentares, aparelhos para comunicação e terapias. Mesmo dentro dessa comunidade, no entanto, há tanta variação no nível de comprometimento de cada criança. Somente eu entendo a composição e os desafios específicos do Jacob. Com essa honra de ser responsável por ele vem a solidão desse papel. Eu, frequentemente, me sinto realmente sozinha.

4. Eu tenho medo. Eu me preocupo em não estar fazendo o suficiente. E se eu perdi um tratamento ou um diagnóstico e aquela janela de tempo ideal para tratar isso passou? Eu me preocupo com o futuro do Jacob, se ele um dia vai dirigir um carro, ou se casar, ou viver independentemente. Eu tenho medo de pensar em como ele vai se machucar na experiência de “ser diferente” em um mundo que é normalmente duro (sem mencionar que eu temo pela integridade física de qualquer pessoa que fizer meu filho sofrer). Eu tenho medo das finanças. Finalmente, eu tenho medo do que vai ser do Jacob se qualquer coisa acontecer a mim. Apesar disso, meu temores diminuíram substancialmente ao longo dos anos por causa da minha fé, e por causa do contato com outras crianças, adolescentes e adultos afetados pela síndrome do Jacob. Quando eu conheci algumas dessas pessoas incríveis em uma conferência no ano passado, a tristeza e o desespero que eu estava projetando para a vida futura do Jacob (porque era tão desconhecida) sumiram quando eu vi o amor e prosperidade que eram realidade nas suas vidas. O medo da dor emocional (pra mim e Jacob) é, provavelmente, o que permanece mais.

5. Eu gostaria que você parasse de dizer “retardado”, “mongol”, “desde que seja saudável”… Eu sei que as pessoas normalmente não tem a intenção de ser rudes com esses comentários, e eu provavelmente falei isso antes do Jacob nascer. Mas, agora, sempre que eu ouço isso, sinto uma pontada de dor. Por favor, pare de dizer essas coisas. É desrespeitoso e dolorido para aqueles que amam e criam as crianças de quem você está zombando (isso sem mencionar para as próprias crianças).  E, como último comentário, “desde que seja saudável”, eu ouço várias mulheres grávidas dizerem isso. Não me entenda errado, eu compreendo e compartilho seus desejos de bebês saudáveis em cada nascimento, mas isso tem se tornado um mantra tão impensado durante a gravidez que pode parecer um desejo contra o que o meu filho é. “E se não for saudável?”. Eu quero perguntar. (Minha resposta: vai dar tudo certo. Você e seu filho ainda vão ter uma vida ótima).

6. Eu sou humana. Eu tenho sido desafiada e empurrada além dos meus limites na criação do meu filho. Cresci tremendamente como pessoa e desenvolvi um coração mais humano e uma empatia pelos outros de uma forma que eu jamais teria sem ele. Mas sou igual à mãe do lado em alguns sentidos. Às vezes, eu perco a paciência, meu filho me irrita, e algumas vezes eu quero só fugir para o spa ou ir às compras (e, hum, eu frequentemente faço isso). Eu ainda tenho sonhos e aspirações pessoais. Eu viajo, danço, estou escrevendo um livro, amo boa comida, falo sobre relacionamentos. Eu vejo Mad Men, e gosto de um bom suéter de cashmere. Algumas vezes, é bom escapar e falar de todas essas outras coisas. E, se parece que eu só falo desse outro lado da minha vida algumas vezes, é porque pode ser difícil falar sobre o meu filho. O que me leva ao ponto final…

7. Eu quero falar sobre o meu filho/ É difícil falar sobre o meu filho. Meu filho é a coisa mais inspiradora que aconteceu na minha vida. Tem dias em que eu quero gritar do topo do Empire State Building o quão divertido e fofo ele é, ou como ele realizou alguma coisa na escola (ele foi eleito, recentemente, presidente da classe!). Algumas vezes, quando estou tendo um dia difícil, ou acabei de descobrir outro  problema de saúde ou desenvolvimento, eu posso não falar muito. Eu não compartilho com os outros frequentemente – mesmo amigos próximos e família – os detalhes do que eu passo com relação Jacob. Mas isso não significa que eu não quero aprender como compartilhar nossa vida com os outros. Uma coisa que eu sempre apreciei é quando as pessoas me perguntam algo mais específico sobre o Jacob, como “Jacob gostou do zoológico?”, ou “como está indo a coisa da linguagem de sinais com ele?”, ao invés de questões genéricas como “como está o Jacob?”, o que pode me fazer sentir tão sobrecarregada que eu só respondo “está bem”. Começar com os detalhes me dá uma chance de começar a compartilhar. E, se não estou compartilhando, não pense que não há várias coisas acontecendo sob a superfície, ou que eu não quero contar.

Criar uma criança com necessidades especiais mudou a minha vida. Eu cresci em uma família que valorizava performance e perfeição acima de tudo, e inconscientemente eu passei a julgar a mim mesma e aos outros por essa ótica. Nada muda mais essa ótica do que ter uma doce e inocente criança que nasceu com dificuldades que tornam a vida comum e a performance normal mais duras ou até impossíveis.

Isso me ajudou a entender que amor verdadeiro é conhecer alguém (criança ou adulto, com necessidades especiais ou não) exatamente onde ele ou ela está – sem se importar com como eles “deveriam” ser. Criar uma criança com necessidades especiais destrói todos os “deveria ser” que nós idolatramos e construímos nossa vida ao redor e coloca outra coisa no núcleo: amor e compreensão. Então, talvez isso me leve à última coisa que você, provavelmente, não sabe sobre um pai ou mãe especial…pode ser duro pra mim, mas eu me sinto, de muitas maneiras, realmente abençoada.

Dia das Mães….

E não eh que esta chegando mais um dia das mães…

Ah Jesus, me lembro claramente da primeira vez que ouvi feliz dia das mães… que emoção!

Tenho que confessar algumas coisas antes de começar a babar por esse nome: MÃE !

Não eh nada fácil as preocupações que você “ganha” depois que se torna mãe, de fato o futuro é uma das coisas que mais de assusta. Não pelo autismo, claro que tbm por ele, mas pelo fato de que nem sempre vou estar aqui pra proteger ele, ajuda-lo nos momentos difíceis, das pessoas que o julgam sem que ele possa expressar o que sente, de algumas pessoas da família, dos amigos, enfim, do mundo! O que posso garantir é que, com todo prazer desse mundo, eu farei o meu melhor enquanto estiver aqui com ele. Ponto final !

Antes de falar de mim, tem uma pessoa muito, muito, muito, extremamente muito importante pra mim. A MINHA MÃE !

Eu fico impressionada com a força dessa mulher. A sua vida foi muito difícil, com três filhos. Mas sempre ela esteve presente. Sempre ela lutou por nós. Pelo nosso estudo, pelo nosso caráter, pelo nosso futuro. Se preocupa até hoje com os mínimos detalhes, com coisas que as vezes nem a gente, filhos, esta pensando ainda. Ela é mágica. Eu a conheço pela voz, aliás nossa voz ao telefone é bem parecida. Inclusive temos muitas coisas em comum, a força para lutar pelos nosso ideais, a dedicação ao próximo, a ansiedade pelo desconhecido, o medo das doenças, a necessidade de ter sempre tudo arrumadinho e organizado em casa, a serenidade por tomadas de decisão, que uma vez tomadas, não voltam atrás, o amor pela família. Tanto pra mim quanto pra ela, nosso alicerce esta em nossa família !

Eu sempre posso contar com ela. E isso eh uma das minhas maiores riquezas…

Se for pensar em coisas que orgulho dela, sempre lembro dela lutando pela nossa escola, brigando com quem fosse por nós, principalmente Eu e a Jana que por estudar em colégio de freiras, tínhamos que ir pela rua de saia J esses foram um dos melhores anos de nossa vida.

Mãe, nada que eu diga vai conseguir expressar o meu amor por você. Você eh simplesmente nosso tudo!

E por falar em tudo…. vem a minha fase de mãe.

Sempre leio aqueles textos na internet que dizem: antes de ser mãe eu dormia, antes de ser mae eu comia comida quente, antes de ser mae qualquer preocupação era bobagem, coisa de quem estava procurando encrenca, EH TUDO VERDADE!

Desde que comecei a namorar, já pensava no nome dos meus filhos, sonhava com as características deles desde o primeiro namorado. E assim os anos foram passando e de fato chegou a hora.

Quando estava de 7 meses, eu já não dormia mais. Ficava imaginando se eu conseguiria cuidar dele quando chegasse, ficava falando com ele pra ele me mostrar o que queria quando estivesse comigo e eu nao entendesse, já tinha a mala pronta da maternidade com todas as roupas que ele iria colocar ,e a sequencia delas, aos sete meses!!!…… Nem preciso dizer o quanto ele foi esperado.

Matheus chegou!  E desde o dia em que ele nasceu,  eu sou outra pessoa. Outra mulher.

Tudo o que eu imaginava aconteceu. Claro que até os 3 anos, mas isso vocês ja sabem.

Eu mudei minha forma de ver as crianças chorando na rua, shopping ou mercado, mudei a forma de ver os pais que estão cansados, mudei a forma de não ligar para qualquer gripinha e esperar passar, mudei a forma de me preocupar com coisas materiais.

NADA nesta vida paga o sorriso que recebo dele.

Nada nesta vida pega o abraço que ganho toda vez que nos vemos.

Nada nesta vida paga o olhar dele me dizendo que gostou ou não gostou de alguma coisa.

Eu tinha alguns sonhos bobos, antes de descobrir o autismo… Eles se transformaram, ou melhor, acho que eles morreram e nasceram novos!

Os meus sonhos de hoje são mais desafiadores, mas com certeza me darão mais prazer de serem alcançados e com certeza, eu sei disso, me darão também muito medo, angustias e nem sempre serão alcançados.

O que eu acho mais importante disso tudo, eh setar as expectativas corretas. Sonhar alto demais, pode ser um grande tombo, por outro lado, não se pode parar de sonhar, desejar, buscar porque senão não alcança nada 🙂 confuso não eh ??

Garanto a vocês que esse é o melhor trabalho deste mundo. O mais desafiador e o mais maravilhoso. O mais prazeroso.

Mais um Dia das Mães esta aí e ainda não ouvi Mamãe… mas o lance da expectativa esta setado… Tudo no seu tempo! E se não tiver esse tempo, o olhar dele me diz isso.

O que eu posso garantir a vocês eh que eu não consigo me imaginar não sendo mãe! Eu digo que quando nasce um filho nasce uma mãe, mas as vezes eu duvido de mim. Eu acho mesmo que esse eh um dom. Algo que nós não compreenderemos nunca.

Para todas as mamães que assim como eu são enlouquecidamente apaixonadas pelos seus filhotes, um ótimo dia das mães, com muita saúde pra nós e nossos filhos. Soh isso nos da força para conquistar qualquer coisa !

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